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Melodia e Harmonia: Semelhanças e Diferenças

Melodia e Harmonia

A arte musical inclui três componentes principais: linhas melódicas, acompanhamento harmônico e estrutura rítmica. No caso das composições vocais, outro elemento é adicionado a elas – o conteúdo lírico. Melodia e harmonia são criadas através de diferentes combinações de tons musicais. Apesar da estreita interação entre melodia e harmonia, é importante não confundir esses conceitos, pois cada um deles desempenha um papel único em uma peça musical.

O que é uma melodia?

Uma melodia é uma sequência de sons musicais combinados em um todo harmonioso. Muitas peças musicais são baseadas em uma combinação de diferentes melodias que interagem entre si. Em uma banda de rock, cada membro – seja vocalista, guitarrista, tecladista ou baixista – contribui para o som melódico geral tocando melodias em seus instrumentos. Até os instrumentos de percussão atrás dos quais o baterista se senta têm função melódica.

A melodia de uma peça musical consiste em dois componentes principais:

Etapa

Isto se refere às ondas acústicas reais geradas pelo instrumento musical. Essas frequências de áudio são organizadas em séries, designadas por nomes como C4 ou D#5.

Duração

A descrição da melodia também abrange a duração do som de cada um dos componentes da altura. Esses intervalos de tempo são classificados em diferentes durações, incluindo notas inteiras, semínimas e semínimas, além de tercinas e outras.

O que é harmonia?

A harmonia surge da sonoridade combinada de várias linhas musicais, formando uma imagem audiovisual holística. Tomemos como exemplo uma orquestra: um flautista pode produzir um som de uma altura, um violinista outra e um trombonista uma terceira. Seu som cria separadamente linhas melódicas separadas, mas no momento de sua execução simultânea nasce a harmonia.

As combinações harmônicas costumam ser uma sequência de acordes. Em nossa orquestra convencional, digamos que o flautista toca a nota G aguda, o violinista toca a nota B e o trombonista traz a nota E para a composição. Juntas, essas notas formam um acorde E menor. Assim, embora cada músico produza apenas uma nota, juntos eles criam o som harmônico do acorde Mi menor.

Melodia e harmonia: qual a diferença?

Apesar da estreita colaboração, a melodia e a harmonia apresentam diferenças claras. Na tradição da música ocidental, tanto a melodia como a harmonia se desenvolvem a partir de um conjunto comum de 12 tons. A grande maioria da música, dos clássicos aos sucessos modernos, é criada em determinados tons musicais, usando apenas sete desses doze sons.

Vamos pegar a tonalidade de Dó maior como exemplo:

Inclui os sons C, D, E, F, G, A e B.

Assim, qualquer melodia na tonalidade de dó maior será composta exclusivamente por essas notas.

A harmonia na tonalidade de Dó maior é formada a partir de acordes montados a partir de notas da escala de Dó maior. Por exemplo, uma harmonia de Dó maior pode conter um acorde de Ré menor porque todos os seus componentes (DFA) estão dentro da escala de Dó maior. Ao mesmo tempo, não há lugar para o acorde Ré maior nele, pois consiste em DF#-A, e F# não está incluído na faixa da escala Dó maior.

Consonância e dissonância

As composições em Dó maior utilizam exclusivamente notas da escala de Dó maior? A resposta parece negativa. Muitas vezes na música existem elementos que vão além da escala básica, levando-nos aos conceitos de consonância e dissonância, que estão ativamente presentes na música moderna.

As melodias e harmonias consonantais são construídas diretamente com base nas escalas, enquanto os momentos dissonantes incluem sons que vão além da tonalidade principal.

Tomemos por exemplo a música “Be My Baby” das Ronettes.

Seu verso possui 16 compassos, onde a primeira metade é totalmente consonantal, com melodias e harmonias baseadas nas notas da escala principal da música (Mi maior), e é composta por três acordes (Mi maior, Fá menor, Si maior) de esta escala. No entanto, os compassos subsequentes introduzem os acordes Sol# maior, Dó# maior e Fá#7, todos contendo notas que não pertencem à escala de Mi maior.

Assim, a segunda metade do versículo é moderadamente dissonante. Os acordes Sol# maior, Dó# maior e Fá#7 contribuem com apenas uma nota cada fora da escala de Mi maior, tornando a dissonância tolerável para o ouvinte.

Um exemplo de dissonância menor em uma música são os acordes que, embora ligeiramente dissonantes, incluem melodias que correspondem aos sons desses acordes. Por exemplo, um acorde G# maior inclui uma nota B# que não pertence à escala E maior. A linha vocal da música usa esta nota Si# em conjunto com o acorde, enfatizando e aprofundando assim a dissonância.

CONSELHOS PARA COMPOSITORES. Ao criar melodias, procure garantir que elas enfatizem a harmonia dos acordes principais, pois isso é mais importante para fortalecer a harmonia geral da peça.

Exemplos de melodia na música

As linhas melódicas na música podem assumir duas formas principais: performances vocais e fragmentos instrumentais. A seguir estão exemplos de sua manifestação em obras musicais:

Vocais principais

No centro da composição musical está a linha melódica principal, executada pelo cantor principal. Pode ser uma ária interpretada por uma soprano de ópera das obras de Mozart, ou os vocais altos de uma faixa de heavy metal interpretada por um vocalista de rock. Em ambos os casos o seu papel é semelhante.

Vocais de apoio

Os backing vocals geralmente aumentam a riqueza melódica de uma composição adicionando harmonias a ela. Por exemplo, se o vocalista principal toca a nota A (como o terceiro elemento de um acorde Fá maior), o vocalista de apoio pode adicionar uma nota Dó (como o quinto elemento do mesmo acorde), fazendo-o com uma entonação mais suave.

Assim, o backing vocal não apenas enfatiza a harmonia em Fá maior, mas também contribui para a melodia, com sua linha desenhada para complementar principalmente a parte do vocalista principal.

Riffs instrumentais

Os instrumentos musicais também criam melodias. Poderia ser Jimmy Page executando com maestria a seção de abertura de “The Immigrant Song” em uma guitarra Les Paul, ou Glen Gould tocando com maestria um prelúdio de Bach em um piano Steinway Grand. As melodias instrumentais são tão importantes para a música quanto as linhas vocais.

O que é um solo de guitarra ou saxofone senão uma linha melódica? Quando John Coltrane toca uma sequência predeterminada de notas no início de “Giant Steps”, ele cria uma melodia. E quando ele desenrola uma série de notas ao longo de seu solo expansivo, é uma melodia também. É importante perceber que as melodias nem sempre precisam ser estritamente escritas. Eles podem surgir no processo de improvisação da mesma forma.

Exemplos de harmonia na música

Assim como as melodias, as harmonias aparecem na música de diversas formas. Esses incluem:

Acordes estáticos

Quando um pianista segura acordes baseados em quartas, ou quando um guitarrista mantém o som de um acorde por um ou dois compassos, estes são chamados de acordes estáticos; eles permanecem inalterados, sem nenhuma linha melódica adicionada no topo - pelo menos pelo referido pianista ou guitarrista. Esta abordagem representa uma das formas mais básicas de harmonia, comum a todos os estilos musicais.

Acordes intercalados com linhas melódicas

Não existe nenhuma lei que estabeleça que harmonia e melodia devam ser estritamente separadas e não possam ser interligadas. Muitos intérpretes, especialmente aqueles com um alto nível de arte performática, são capazes de passar perfeitamente da harmonia para a melodia e vice-versa, às vezes até dentro da mesma peça musical.

Jimi Hendrix exemplifica o domínio neste campo. Observe sua capacidade de alternar facilmente entre acordes e notas individuais em músicas como “Castles Made of Sand” e “Little Wing”. O piano, devido à sua habilidade natural para a polifonia, também é excelente para tocar elementos melódicos e harmônicos simultaneamente.

Linhas de baixo

As linhas de baixo são frequentemente caracterizadas por serem tocadas uma única nota de cada vez; no entanto, esses sons individuais podem representar acordes inteiros. Por exemplo, quando um baixo se harmoniza na faixa de Ré menor usando sete notas da escala de Ré menor correspondente, e o baixista toca a nota F, o ouvinte associa automaticamente isso a um acorde de Fá maior. Isso ocorre porque o acorde Fá maior é um elemento da escala Ré menor, em oposição ao acorde Fá menor.

Trechos corais

O coro é um grupo de intérpretes únicos, unidos pela utilização de instrumentos semelhantes. Por exemplo, um coro vocal consiste em uma variedade de vozes, de sopranos agudos a graves profundos, com alguns intérpretes cujas vozes soam em tons intermediários.

Ao dividir as partes musicais entre as várias vozes de um coro, os compositores podem criar harmonias complexas. O compositor pode especificar Eb para baixos, Db para tenores, Bb para altos e Gb para sopranos. Esses sons juntos formam um acorde Eb menor, com a melodia carregando a terceira nota (Gb). Vale ressaltar que o coral pode ser formado a partir de qualquer grupo de instrumentos, sejam de cordas, saxofones, violões, etc.

Contraponto

Os elementos de um acorde não precisam soar simultaneamente na mesma parte do compasso. Muitos autores musicais desenvolvem linhas melódicas independentes que podem se cruzar sem necessariamente coincidir no tempo. Essa interação de notas cria acordes que não são apresentados como uma unidade única, mas são intuitivamente reconhecidos pelo público.

Este método, denominado contraponto e mais claramente demonstrado nas fugas de Johann Sebastian Bach, é uma das formas mais complexas e refinadas de criatividade musical.

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