Tríades diminuídas
Um acorde diminuto é uma tríade construída a partir da tônica, uma terça menor e uma quinta diminuta. Isso significa que consiste em duas terças menores empilhadas acima da tônica, com três meios tons entre cada nota do acorde. Por exemplo, uma tríade regular de Dó maior tem as notas Dó (raiz), Mi (terceira) e Sol (quinta). Na versão diminuta, essas notas tornam-se C, Eb e Gb.
Acordes diminutos trazem drama, tensão e suspense à música. Eles têm uma qualidade sombria, dissonante e levemente misteriosa, fazendo com que se destaquem com um som único. A quinta achatada dá ao acorde uma sensação instável que exige resolução, criando um efeito suspenso e fazendo com que o retorno a acordes mais consonantes pareça particularmente impactante.
Na teoria musical, uma tríade diminuta (às vezes chamada de tríade menor com quinta rebaixada) consiste em duas terças menores acima da tônica. É comumente simbolizado como “dim”, “o”, “m♭5” ou “MI(♭5)”. No entanto, na notação de acordes popular, “dim” e “o” geralmente representam um acorde de sétima diminuta (um acorde de quatro notas), que também pode ser escrito como “dim7” ou “o7” em textos de jazz e teoria.
Na teoria clássica, a tríade diminuta era considerada dissonante devido à sua quinta diminuta (ou trítono), o que aumentava a necessidade de resolução e a tornava uma ferramenta essencial para adicionar profundidade emocional às composições.
Como fazer um acorde diminuto
Os acordes diminutos são simples de construir porque os intervalos entre suas notas são espaçados uniformemente, cada um formando uma terça menor. Isso significa que cada nota em um acorde diminuto está a três meios passos da última. Fácil, certo?
Existem três tipos principais de acordes diminutos: a tríade diminuta, o acorde diminuto com sétima e o acorde meio diminuto com sétima. Vamos dar uma olhada em como construir cada um deles na tonalidade de Ré menor.
1. Tríade diminuta (DIM OU °)
Uma tríade diminuta consiste em:
- A nota raiz;
- Uma terça menor;
- Um quinto diminuído.
Este é um acorde menor com quinta rebaixada, comumente representado pelos símbolos “dim” ou “°” (por exemplo, Ddim ou D°).
Para construir uma tríade diminuta, comece com a nota fundamental do acorde – é a base do acorde. Para o acorde Ddim, a nota fundamental é D.
Em seguida, conte três meios passos acima da tônica para encontrar a terça menor. No caso de Ddim, a terça é F.
Em seguida, conte mais três meios passos a partir da terça (ou seis meios passos a partir da tônica) para localizar a quinta diminuta. Para Ddim, este seria Ab.
Portanto, a tríade Ddim completa contém as notas: Ré – Fá – Ab.
2. O acorde de sétima diminuta (dim7 ou °7)
Um acorde de sétima diminuta é um acorde de quatro notas que inclui:
- A nota raiz;
- Uma terça menor;
- Uma quinta diminuta;
- Uma sétima diminuta.
Também conhecido como acorde totalmente diminuto, o acorde de sétima diminuta adiciona uma terça menor adicional acima da tríade, criando tensão extra. Isso significa que a sétima nota está três meios tons acima da quinta diminuta.
Por exemplo, no acorde Ddim7, a sétima nota é Cb. Assim, o acorde Ddim7 completo consiste nas notas: D – F – Ab – Cb.
3. O acorde de sétima meio diminuta (m7b5 ou ø7)
Um acorde de sétima meio diminuta é um acorde de quatro notas que inclui:
- A nota raiz;
- Uma terça menor;
- Uma quinta diminuta;
- Uma sétima menor.
O acorde meio diminuto adiciona uma sétima menor à tríade diminuta, criando uma tensão mais suave em comparação com um acorde totalmente diminuto. A sétima nota em um acorde meio diminuto está quatro meios tons acima da quinta diminuta.
Por exemplo, no acorde Dø7, a sétima nota é C. Assim, o acorde Dø7 completo consiste nas notas: D – F – Ab – C.
Tríades Diminutas em Escalas Maiores e Menores
Nas escalas maiores, uma tríade diminuta só aparece no sétimo grau da escala. Por exemplo, na tonalidade de Dó maior, esta é a tríade Si diminuto (B, D, F). Por ser construído no sétimo grau, também é conhecido como tríade de tons principais. Este acorde tem uma função dominante, mas ao contrário de uma tríade dominante ou de um acorde dominante com sétima, ele atua mais como um acorde prolongador do que como um acorde estrutural, pois não possui o forte movimento da quinta à tônica.
Nas escalas menores naturais, a tríade diminuta é encontrada no segundo grau. Em dó menor, por exemplo, esta é a tríade Ré diminuto (Ré, Fá, Ab), comumente conhecida como tríade supertônica diminuta. Assim como a tríade supertônica em tonalidades maiores, tem uma função predominante e quase sempre se resolve em um acorde dominante.
Em tonalidades menores, uma tríade diminuta também pode ser encontrada no sétimo grau elevado, ♯vii°, devido às sexta e sétima notas elevadas na escala menor melódica ascendente. Por exemplo, uma progressão comum seria ♯vii°–i.
Normalmente, tanto a tríade tonal principal quanto a tríade supertônica diminuta aparecem na primeira inversão (vii°6 e ii°6, respectivamente), pois sua estrutura apresenta uma quinta diminuta no baixo. Isso difere do acorde de sétima totalmente diminuta, que geralmente aparece na posição fundamental. Em ambos os casos, a nota grave se resolve para cima, enquanto as vozes superiores se movem para baixo em movimento contrário.
Tríades Diminuídas na Música Popular
Walter Everett observa que "no rock e na música pop, a tríade diminuta quase sempre aparece no segundo grau da escala, criando um ii° melancólico e sentimental com as notas 2–4–♭6." Exemplos de músicas que usam ii° incluem “Sleep Walk” de Santo & Johnny, “Cara Mia” de Jay and the Americans, e “The Air That I Breathe” dos Hollies. Embora esse acorde não seja raro, é incomum o suficiente para sugerir que os músicos de rock muitas vezes o evitam conscientemente. Exemplos em que é usado podem ser encontrados em “Don't Look Back in Anger” do Oasis, “Space Oddity” de David Bowie, e duas vezes em “Everytime You Go Away” de Daryl Hall.
O acorde vii° em tonalidades maiores é ainda menos comum que o ii°, mas ainda pode ser encontrado em certas progressões. É frequentemente usado para enfatizar o tom relativo menor, como em progressões como vii°–V7/vi–vi, que se assemelha à estrutura ii°–V7–i no tom relativo menor.
Ajustando tríades diminuídas
No temperamento igual dodecafônico, uma tríade diminuta tem uma estrutura onde três meios-tons separam a terça da quinta, três meios-tons estão entre a tônica e a terça e seis meios-tons ficam entre a tônica e a quinta.
Na entonação justa de 5 limites, uma tríade diminuta no grau VII (por exemplo, em C: B – D – F) tem proporções de 15:8, 9:8 e 4:3. Para uma tríade no grau II (em C: D – F – A ♭), as proporções são 9: 8, 4: 3 e 8: 5 (135: 160: 192). De acordo com Georg Andreas Sorge, a série de tons naturais de um trompete em Dó produz uma tríade diminuta de E – G – B♭ com uma proporção de 5:6:7, referida como um “acorde diminuto perfeito”, embora o 7 seja ligeiramente mais baixo do que o preferido 45:54:64.
Helmholtz descreve a tríade diminuta como 1 − D | F, fornecendo uma combinação de uma terça menor e uma terça menor pitagórica com uma proporção de 45:54:64, conforme observado em seu sistema de notação em Sobre as sensações do tom como base fisiológica para a teoria da música.
Como usar acordes diminutos em progressões
Acordes diminutos são frequentemente usados como acordes de passagem em progressões. Eles adicionam emoção às progressões padrão, criando tensão entre acordes que estão mais harmonicamente ligados à tonalidade.
Um acorde de passagem atua como uma ponte entre os acordes primários na progressão. Normalmente está fora do tom principal da música, o que cria uma dissonância que precisa ser resolvida para um acorde mais harmonicamente alinhado com o tom da música.
O acorde de passagem mais comum é a sétima diminuta. Tente adicionar um acorde diminuto no meio da sequência de acordes e, em seguida, resolva-o para um acorde maior ou menor meio tom acima. Isso adiciona tensão e intriga à progressão, ao mesmo tempo que a mantém melódica.
Por exemplo, você pode substituir o acorde V em uma progressão padrão por um acorde Dim7 ou m7b5. Se a sua progressão for I – V – vi – IV, o acorde diminuto pode substituir o segundo acorde.
No entanto, os acordes diminutos não se limitam a substituir o acorde V. Você pode usá-los em qualquer lugar da progressão. Porém, devido ao seu som instável, eles raramente são colocados na primeira ou na última batida e raramente são usados em sucessão. Normalmente, os acordes diminutos aparecem apenas brevemente, durando uma ou duas batidas, como elementos de transição em uma progressão.
Onde usar acordes diminutos
Para decidir onde adicionar um acorde diminuto de passagem, comece encontrando dois acordes separados por um tom inteiro. Depois, construa um acorde diminuto na nota entre eles. Finalmente, coloque este acorde de passagem entre os dois acordes de passo inteiro.
Por exemplo, vamos pegar a progressão C – Am – F – G. Os acordes Fá maior e Sol maior estão a um passo de distância. A nota entre eles é F#. Construa um acorde F#dim e coloque-o entre os acordes F e G maiores. A nova progressão passa a ser: C – Am – F – F#dim – G.
Estrutura Diminuída do Acorde da Tríade
Acorde | Nota raiz | Terça Menor | Quinta Diminuída |
---|---|---|---|
Cdim | C | E♭ | Sol♭ |
C♯dim | C♯ | E | G |
D♭dim | D♭ | F♭ (E) | A |
Ddim | D | F | UMA♭ |
D♯dim | D♯ | F♯ | A |
E♭dim | E♭ | Sol♭ | B♭ |
Edim | E | G | B♭ |
Fdim | F | UMA♭ | C♭ (B) |
F♯dim | F♯ | A | C |
G♭dim | Sol♭ | B♭ | D♭ |
Gdim | G | B♭ | D♭ |
Dó♯dim | G♯ | B | D |
A♭dim | UMA♭ | C♭ (B) | E |
Adim | A | C | E♭ |
A♯dim | UMA♯ | C♯ | E |
B♭dim | B♭ | D♭ | F♭ (E) |
Bdim | B | D | F |